Tocantins: Governo contrata empresas que vão fornecer 12 mil máscaras por R$ 420 mil, para combater pandemia



Profissionais da saúde pedem Equipamentos de Proteção Individual (EPI) — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Após várias reclamações de falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) nos hospitais públicos do Tocantins para tratar pessoas com o novo coronavírus, o governo solicitou a compra de 12 mil máscaras. Duas empresas foram contratadas para fornecer o material. Somado, o custo chega a R$ 420 mil. Órgãos de fiscalização informaram que vão acompanhar de perto as compras feitas pelo Estado durante a pandemia da Covid-19.

Os trabalhadores que lidam diretamente com pessoas com a Covid-19 não se sentem seguros. Preocupados, funcionários do Hospital Regional de Araguaína fizeram um vídeo para protestar e informar que eles estão sem equipamentos. Máscara é o material que mais falta, segundo eles.

O presidente do sindicato dos servidores da saúde, Manoel Miranda, disse que a falta afeta não só Araguaína, mas várias unidades do Tocantins. "Tivemos reclamação do hospital de Augustinópolis, hospital de Porto Nacional. Atenderam crianças que estavam com gripe forte e não tinha nem máscara para eles utilizarem. Eles tiveram que atender colocando em risco a saúde", disse.

Segundo Miranda, as mesmas reclamações foram feitas por profissionais de Arraias, Gurupi e de outros municípios.

O secretário estadual da saúde, Edgar Tollini, disse que as pessoas que aparecem no vídeo são do setor de neurologia e que a prioridade é abastecer equipes que atendem pacientes com coronavírus. Ele falou que não faltam materiais para esses profissionais. "O Estado tem trabalhado, tem colocado os EPI's a disposição dos profissionais com critério e prioridades", pontuou o secretário.

O Diário Oficial da última segunda-feira (30) informou a quantidade de máscaras que deve abastecer hospitais pelos próximos dias. Uma empresa vai fornecer 7 mil máscaras por R$ 245 mil e a outra 5 mil pelo valor de R$ 175 mil. As duas empresas têm sede em Palmas.

Os contratos com a Secretaria de Saúde foram feitos sem licitação. A medida está amparada pelos decretos de emergência e calamidade publicados pelo governador Mauro Carlesse (DEM).

"O presidente da república editou uma medida provisória que determinou que as secretarias de saúde tivessem autonomia para fazer aquisição através de dispensa. O rito processual de uma compra pública é muito demorado e nós não temos tempo para isso. Mas isso não nos exime de sempre observar os princípios da livre concorrência e da economicidade", disse o secretário de saúde, Edgar Tollini.

O Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas informaram que vão acompar de perto todas as compras. Mesmo com a liberdade de comprar e contratar sem licitação durante este período, o MPE ingressou com uma Ação Civil Pública contra o Estado para que sejam divulgados no Portal da Transparência todos os gastos públicos que forem realizados durante a pandemia.

"Eu tenho que responder aos órgãos e apresentar tudo o que for feito. Todo mundo tem visto a situação que está pelo mundo. Existe um acréscimo de valores muito acima da normalidade do mercado, mas infelizmente nós temos que comprar. Não pode haver desassistência nem demora na aquisição", finalizou o secretário. As informações são do G1 Tocantins.

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