Haddad diz que crise climática pode aumentar inflação: “preocupa um pouquinho”

Reprodução Diogo Zacarias/MF


O ministro da Economia, Fernando Haddad, disse, a jornalistas nesta quarta-feira (11), estar “acompanhando a evolução da questão climática e o efeito sobre o preço do alimento e, eventualmente, sobre o preço da energia” com preocupação. A subida dos preços resultaria diretamente em inflação: “preocupa um pouquinho”.

Haddad era questionado sobre os dados de agosto, que registrou deflação, frente a projeções de alta dos juros em um movimento de subida da taxa Selic. Se referia às mudanças no tempo: sobretudo a seca recorde e os incêndios que podem afetar diretamente o agronegócio — diminuindo a oferta de produtos e, em sequência, aumentando os preços nos mercados.

“Mas essa inflação advinda desse fenômeno não se resolve com juros, né? Mas, enfim, o Banco Central [BC] está com um quadro técnico bastante consistente para tomar a melhor decisão e nós vamos aguardar a reunião do Copom [colegiado da autarquia que decide sobre a base da Selic]”, afirmou o nome da economia do governo.

Na visão do ministro, um possível impacto desta crise não será resolvido com a alta dos juros. Ainda, avaliou que a atividade econômica do país segue em “crescimento constante” e disse “acreditar” em uma evolução de 3% ao final do ano, sobretudo, baseado em investimentos. Para a conclusão, citou o dado relativo ao setor de serviços, que cresceu 1,2% em julho (frente ao mês anterior), segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta (11).

Próxima reunião do Copom

O colegiado do BC (Comitê de Política Monetária) reúne-se na próxima semana, entre os dias 17 e 18 de setembro. Na última reunião do Copom definiu-se a taxa básica de juros do país (que afeta outras e preços que estas incidem), a Selic, em manutenção dos 10,50% ao ano. Há expectativa dos investidores de elevação de 0,25 ponto percentual na próxima reunião.


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